Oficina de Cultura Visual foi realizada como resposta a uma reivindicação antiga da comunidade Terena, com o objetivo de promover o fortalecimento cultural e a valorização das expressões artísticas indígenas, especialmente entre crianças e jovens. A pintura foi utilizada como ferramenta principal para conectar os participantes à sua identidade Terena, ao mesmo tempo em que estimulava a criatividade e a expressão individual.
A atividade demandou articulações com diversas instituições nacionais, regionais e municipais. Entre os parceiros envolvidos, destacam-se as lideranças Terena das comunidades Cachoeirinha e Pilad Rebuá, a artista plástica Letícia Abelha, responsável pela condução da oficina, e apoiadores locais e regionais que contribuíram com recursos materiais, logística e divulgação.
A oficina contou com a formação da primeira turma de Cultura Visual, composta por 19 alunos e alunas, em sua maioria crianças e adolescentes entre 8 e 14 anos, selecionados com base em sua afinidade e interesse pela arte da pintura. A metodologia aplicada pela artista Letícia Abelha foi prática e participativa, incluindo: Desenhos livres para estimular a criatividade e a expressão individual; Criação de cores por meio da mistura de tintas; Exercícios de observação e percepção do entorno e da natureza; Manuseio de materiais artísticos, como pincéis, tintas e telas.
A abordagem valorizou a integração entre os saberes tradicionais Terena e as técnicas contemporâneas de pintura, promovendo um diálogo intercultural. Os resultados foram significativos: os participantes desenvolveram habilidades básicas em pintura e expressão visual, fortalecendo sua conexão com a identidade Terena. Além disso, buscou promover a inclusão social, oferecendo uma atividade educativa e cultural dentro das próprias comunidades. Ao final da oficina, os participantes produziram trabalhos que refletiram sua criatividade e conexão com a cultura Terena, consolidando a iniciativa como um marco importante no trabalho da Organização CAIANAS com a comunidade. A atividade demonstrou o potencial da arte como ferramenta de transformação social e cultural, reforçando o compromisso da organização com o fortalecimento das expressões culturais indígenas.
Cerimônia de Exposição das Obras
No dia 15 de abril, na Escola Municipal Maria do Rosário, em Miranda, realizou-se uma cerimônia especial para a apresentação das obras produzidas pelos jovens participantes da Oficina de Cultura Visual. O evento reuniu cursistas, estudantes, pais, professores e lideranças comunitárias, marcando um momento de celebração, reflexão e compartilhamento de saberes.A cerimônia destacou-se por que as obras dos jovens artistas indígenas foram apresentadas em uma escola não indígena, criando um espaço de diálogo intercultural entre as crianças da aldeia e as de fora dela. Essa iniciativa teve como objetivo promover a conscientização sobre a importância da proteção do meio ambiente e a valorização da troca de saberes entre diferentes comunidades, reforçando a ideia de que a arte pode ser um veículo poderoso para a construção de novos caminhos diante dos desafios atuais.
As obras apresentadas retratam o olhar dos jovens sobre o território e o entorno, destacando suas potencialidades e desafios, especialmente diante da emergência climática. A arte foi celebrada como uma ferramenta de expressão e transformação, capaz de unir pessoas em torno de causas comuns e inspirar ações coletivas para um futuro mais sustentável.
O evento também contou com a presença de Letícia Abelha, artista plástica e facilitadora da oficina, Luiz, colaborador engajado, cacique Edvaldo, lideranças comunitárias, representantes da Funai e diversos outros apoiadores que contribuíram para o sucesso do evento, sendo que a condução primorosa das atividades e o apoio de todos os envolvidos foram fundamentais.
As duas atividades realizadas reforçaram o compromisso da organização com a educação, a cultura e a sustentabilidade. A Oficina de Cultura Visual e a Cerimônia de Apresentação/Exposição das Obras demonstraram que a união entre saberes tradicionais e contemporâneos pode gerar transformações significativas, promovendo a inclusão social, o diálogo intercultural e a valorização das expressões artísticas indígenas. Ambas as iniciativas destacaram o poder da arte como ferramenta de expressão, transformação e conexão com a identidade cultural, além de fortalecer os laços comunitários e inspirar ações coletivas em prol de um futuro mais sustentável e inclusivo.

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