Diálogos Culturais no Instituto Moinho Cultural Sul-Americano

  • Tipo da Atividade: Formação
  • Data: 17 a 20/07/2025
  • Participantes: 66
  • Parceiros: 
    Instituto Moinho Cultural Sul-Americano
    Pontão de Cultura Moinho Cultural – Corumbá – MS
    Rede de Pontos de Cultura
    Escritório do Ministério da Cultura em Mato Grosso do Sul
    Fundação de Cultura de Corumbá
    Conselho Municipal de Cultura de Corumbá
    Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS)
    Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
    Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN – Escritório de Corumbá/MS)
  • Local: Instituto Moinho Cultural Sul-Americano – Corumbá Rua Domingos Sahib, 300 – Beira-Rio, Corumbá/MS

Entre os dias 17 e 20 de julho de 2024, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, em Corumbá, sediou parte da Campanha Julho Cultura Viva pelo Brasil, uma iniciativa do Ministério da Cultura (MinC) em comemoração aos 20 anos da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV). A campanha foi concebida para celebrar duas décadas de ações voltadas à promoção da diversidade cultural brasileira, ao fortalecimento de iniciativas culturais comunitárias e à ampliação da rede de Pontos de Cultura em todo o país. Assim, a Campanha Julho Cultura Viva pelo Brasil teve como objetivo principal dar visibilidade às atividades promovidas pelos Pontos e Pontões de Cultura, incentivando a descentralização da produção cultural e destacando o papel dessas iniciativas na democratização do acesso à cultura. Com eventos realizados em diversas regiões, a campanha reforçou a importância de aproximar as políticas culturais das comunidades, promovendo a inclusão social e valorizando as tradições locais e regionais.
O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, recém-integrado à rede de Pontões de Cultura, foi escolhido para sediar uma programação diversa que refletiu os princípios e objetivos da campanha. O evento se destacou como um marco inaugural das atividades do Pontão de Cultura de Mato Grosso do Sul, reafirmando o compromisso da instituição com a articulação de redes culturais e o fortalecimento das manifestações artísticas no bioma Pantanal. A programação no Moinho Cultural incluiu três atividades centrais:

1. Oficina “O corpo que habitamos” (17 a 19 de julho)
Voltada ao autoconhecimento e à expressão corporal, promovendo inclusão e acessibilidade.
2. Encontro “Diálogos Culturais” (20 de julho)
Um espaço de diálogo sobre a Nova Política Pública da Cultura, os programas do MinC e as ações do Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul.
3. Festa “Nhô Moinho na Bio” (20 de julho, à noite)
Uma celebração cultural que uniu gastronomia, dança e música, com foco na biodiversidade e na conscientização ambiental.

Organizado pelo Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul, o segundo dia do evento contou com o encontro “Diálogos Culturais”, com o objetivo de discutir a Nova Política Pública da Cultura, apresentar programas e ações estratégicas do Ministério da Cultura (MinC) e fomentar a articulação entre agentes culturais, gestores públicos e comunidades locais. O evento foi estruturado como um espaço de troca de ideias, reflexões e construção coletiva, fortalecendo a cultura no território pantaneiro com base nos princípios de inclusão, diversidade e sustentabilidade cultural.

Programação e Atividades Realizadas

A abertura foi conduzida pela Coordenadora Geral do Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul, Fernanda Teixeira, que destacou o papel estratégico dos Comitês de Cultura na descentralização das políticas culturais. Em seu discurso, ela reforçou temas como o mapeamento das necessidades culturais locais; a promoção de ações inclusivas e democráticas; e o estabelecimento de redes de cooperação interinstitucional para fortalecer a cultura comunitária. Foi enfatizado ainda que a realização do Diálogos Culturais no Pantanal reafirma o compromisso do Comitê com a valorização das tradições regionais e com a inclusão de comunidades historicamente marginalizadas no processo de formulação e implementação de políticas culturais.

Após, Márcia Rolon, diretora executiva e fundadora do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, apresentou o papel do Pontão de Cultura na articulação das redes culturais no estado, destacando o alinhamento do instituto aos princípios da Política Nacional de Cultura Viva, como o fortalecimento de iniciativas culturais comunitárias e a promoção da diversidade cultural como um vetor de desenvolvimento social. Caroline Garcia, representante do Escritório do Ministério da Cultura em Mato Grosso do Sul, apresentou as diretrizes da Nova Política Pública da Cultura e os programas do MinC, com foco na inclusão social e no fortalecimento das redes de Pontos de Cultura.

O painel abordou temas como: a ampliação do acesso às manifestações culturais em áreas periféricas e rurais; o incentivo à produção artística local; e a implementação de estratégias para a valorização de comunidades tradicionais. A diversidade de participantes foi um dos pontos mais marcantes do encontro. O auditório do Moinho Cultural (Pontão de Cultura de MS) contou com uma ampla representatividade de segmentos culturais e sociais. Muitos mestres da cultura popular participaram ativamente das discussões, compartilhando seus saberes e experiências. Também foi possível notar a presença de indígenas, pessoas com deficiência, quilombolas (representantes das três comunidades quilombolas de Corumbá – Familía Ozório, Família Maria Theodora Gonçalves de Paula e Campos Corrêa), representantes do movimento negro, idosos, além de gestores tanto da cultura quanto da educação. Esse cenário reforçou a importância do evento como um espaço democrático e plural, onde diferentes vozes puderam dialogar e contribuir para o fortalecimento das políticas culturais no estado.

Em seguida das apresentações e debates, o evento abriu espaço para diálogos entre os participantes. Representantes de comunidades locais, gestores culturais e artistas discutiram os desafios enfrentados na implementação de políticas culturais em regiões remotas; a importância da preservação do patrimônio cultural e ambiental do Pantanal; e sobre propostas para fortalecer a cultura local por meio de parcerias interinstitucionais e projetos de capacitação. Para ilustrar a riqueza cultural do território, o encontro foi intercalado por apresentações artísticas planejadas e executadas pelo Comitê de Cultura, sob a coordenação da coordenadora geral, Fernanda. As Intervenções artísticas e socioculturais/apresentações culturais estão descritas detalhadamente na Meta 1.5.

O Encontro Diálogos Culturais em Corumbá/MS foi concebido com o propósito de fortalecer as redes de colaboração interinstitucionais, promovendo a articulação entre o Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul, os Pontos e Pontões de Cultura e, de forma estratégica, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. Durante as discussões, foi enfatizada a importância da consolidação de parcerias estruturadas, visando a implementação de ações culturais sustentáveis e de impacto territorial ampliado. E, no decorrer do evento, foram estabelecidos diálogos com os representantes do Instituto Moinho Cultural e da Rede de Pontos de Cultura, resultando em um compromisso mútuo para a continuidade das articulações e o planejamento conjunto de iniciativas futuras. Essa interlocução permitirá o desenvolvimento de estratégias integradas, alinhadas às diretrizes da Política Nacional de Cultura Viva, garantindo maior efetividade nas ações de mobilização, formação e difusão cultural no estado.

A atividade atuou em prol de promover a descentralização das políticas culturais, a fim de garantir a inclusão de regiões periféricas e comunidades tradicionais, respeitando suas especificidades culturais e incentivando práticas de sustentabilidade. Além disso, objetivou valorizar o patrimônio cultural e ambiental do Pantanal, alinhando-se às diretrizes da Política Nacional de Cultura Viva e da Nova Política Pública da Cultura, ao mesmo tempo em que buscou reforçar o papel da cultura como vetor de inclusão social, desenvolvimento comunitário e preservação das identidades locais.

Durante a realização da atividade foram oficialmente registrados 66 participantes, com base nas assinaturas das listas de presença. No entanto, o fluxo real de pessoas ao longo do evento foi significativamente maior, considerando a rotatividade de agentes culturais, gestores, representantes institucionais e membros da comunidade que participaram de diferentes momentos da programação. Para assegurar um levantamento detalhado do perfil dos participantes e contribuir para o mapeamento dos agentes culturais do território, foi aplicada uma ficha de inscrição estruturada, contendo um conjunto de perguntas de Informações Pessoais (nome completo, idade, contato); Endereço e Território de Atuação, permitindo a identificação da distribuição geográfica dos participantes; Raça/etnia, em conformidade com as diretrizes de monitoramento da diversidade cultural e representatividade social; Ocupação e Vínculo com a Cultura, detalhando a atuação profissional, artística ou comunitária dos inscritos; e Observações adicionais, permitindo aos participantes registrarem informações relevantes sobre sua atuação e expectativas em relação às políticas culturais.

As 66 fichas de inscrição preenchidas pelos participantes ainda serão catalogadas para organização e análise detalhada dos dados. Até o momento, as fichas estão disponíveis na íntegra em anexo, preservando todas as informações registradas durante o evento. Os formulários foram preenchidos manualmente, pelos participantes e posteriormente digitalizados (scaneados) para garantir sua integridade e facilitar o processo de sistematização. Assim que finalizada a catalogação, os dados extraídos contribuirão para um mapeamento mais preciso do perfil dos agentes culturais envolvidos na atividade, subsidiando futuras ações e políticas voltadas ao fortalecimento do setor.

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