No dia 22 de fevereiro de 2025, das 9h às 13h, na Associação dos Moradores do Conjunto Residencial Tarumãnzinho, em Campo Grande/MS, foi realizada uma atividade de mobilização social em parceria com a Subsecretaria de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (SEC/MS) e contou com a presença da coordenadora metodológica Karoline Fernandes, representando o Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul.
A programação teve início com apresentação cultural do Grupo Capoeira do Mato. A baixa adesão do público foi justificada por uma reunião escolar convocada pela Secretaria Municipal de Educação, que coincidiu com o horário da atividade. Ainda assim, participaram representantes da comunidade, lideranças locais e integrantes de coletivos culturais. Após a apresentação dos participantes e lideranças comunitárias, iniciou-se uma roda de conversa com foco na escuta ativa da comunidade, articulando temas como gênero, cultura, políticas públicas e resistência popular. A fala inicial foi conduzida por Gil, educadora física, agente social e integrante do Grupo Capoeira do Mato. Gil abordou o histórico da atuação feminina na capoeira, apresentando estudos sobre cantigas e práticas que perpetuam estereótipos de gênero. Com base nas metodologias da “roda grande” e da “pequena roda”, propôs uma reflexão crítica sobre o protagonismo das mulheres na capoeira e as barreiras estruturais enfrentadas, como o sexismo, a exclusão de instrumentos e a elitização da prática a partir da década de 1970. Na sequência, houve falas de André (Associação Varanda do Dendê), representante do coletivo Camará Capoeira, da presidente da Associação de Moradores do Tarumãnzinho, e da subsecretária de Igualdade Racial, Vânia Lúcia. O Comitê de Cultura contribuiu com informações sobre o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), o Ministério da Cultura, a Lei Aldir Blanc e os instrumentos de participação cidadã nas políticas públicas de cultura.
A ação configurou-se como uma escuta territorial com enfoque interseccional, fomentando o diálogo sobre cultura, gênero e cidadania em territórios periféricos.