Atividades de formação dos Guardiões do Clima Kayanás
- Tipo da Atividade: Mobilização
- Data: 01/07/2024
- Participantes: 25
- Parceiros: CAIANAS Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade
- Local: Centro Comunitário da Aldeia Cachoeirinha – Miranda/MS
O Programa Guardiões e Guardiãs do Clima Kayanás, implementado em julho de 2024, foi uma iniciativa inovadora voltada para a formação de lideranças indígenas, com o propósito de integrar saberes ancestrais e conhecimentos contemporâneos. O nome “Kayanás” é uma homenagem aos sábios e intelectuais do povo Terena, onde “Kayá” significa cérebro na língua Terena, simbolizando a união entre a sabedoria tradicional e a inovação. O programa teve como foco principal capacitar Guardiões e Guardiãs do Clima, que atuarão na gestão sustentável dos territórios indígenas, promovendo a proteção ambiental e o bem viver das comunidades. Para isso, os participantes foram envolvidos em processos formativos contínuos, que incluíram o aprendizado sobre gestão territori al e ambiental, com ênfase em práticas de conservação dos recursos naturais, como água, solo e florestas, aliadas a técnicas modernas de sustentabilidade. Além disso, o programa buscou resgatar e fortalecer práticas ancestrais, como a agricultura tradicional Terena, a espiritualidade, a etnomedicina e a cosmologia indígena, entendendo esses elementos como pilares fundamentais para a harmonia com a natureza. Um dos aspectos mais inovadores da formação foi o intercâmbio de saberes, que integrou conhecimentos tradicionais com metodologias científicas contemporâneas, em uma abordagem intercientífica e intercultural. Para garantir a dedicação integral dos participantes, o programa ofereceu bolsas de estudo, viabilizadas por meio de uma parceria entre a Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ),Instituto Alok, a Organização CAIANAS e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Um dos pilares centrais da atividade foi o despertar do espírito indígena nos participantes, reforçando a importância da conexão profunda com a natureza e a responsabilidade de cuidar dos recursos naturais para as gerações presentes e futuras. A iniciativa buscou formar agentes de transformação que atuem como multiplicadores de conhecimentos em suas comunidades, promovendo a sustentabilidade, a autonomia e o bem viver indígena.
Já em agosto de 2024, a CAIANAS realizou uma formação voltada para 20 jovens indígenas da Terra Indígena Cachoeirinha, com foco em temáticas socioambientais e etnomedicina Terena. Essa atividade teve como objetivo principal integrar os saberes tradicionais dos mais velhos com as demandas e perspectivas dos jovens, promovendo um diálogo intergeracional enriquecedor. Os jovens participantes tiveram a oportunidade de vivenciar experiências práticas relacionadas à produção de remédios tradicionais, ao conhecimento da flora local e às práticas de etnomedicina. Essas atividades foram conduzidas em conjunto com os mais velhos da comunidade, que compartilharam seus conhecimentos ancestrais sobre o uso de plantas medicinais, a preparação de remédios e a importância da conexão com a natureza. A formação também abordou temas socioambientais, como a gestão sustentável dos recursos naturais, a proteção do território e a importância da biodiversidade para a cultura e a subsistência da comunidade. Os jovens foram incentivados a refletir sobre o papel que podem desempenhar na preservação do meio ambiente e na promoção do bem viver indígena. A atividade contou com o apoio fundamental da Coordenação Técnica Local (CTL) da FUNAI de Miranda, que forneceu suporte logístico e técnico para a realização das atividades. Além disso, a iniciativa foi viabilizada por meio de uma parceria celebrada entre o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ) e o Instituto Alok, que contribuíram com recursos e expertise para o desenvolvimento do projeto. A formação de jovens em temáticas socioambientais e etnomedicina Terena representou um marco importante no trabalho da CAIANAS, reforçando o compromisso da organização com a valorização dos saberes tradicionais e o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas. A atividade demonstrou a importância do diálogo intergeracional e da integração entre conhecimentos ancestrais e contemporâneos, promovendo a autonomia e o bem viver indígena.
