Durante a escuta pública, os moradores expressaram suas principais demandas e preocupações. A presidente da comunidade, Rosana Anunciação, ressaltou a necessidade de independência cultural, defendendo que a cultura quilombola deve ser preservada e autossustentável, mesmo em contextos de limitações governamentais. Outros participantes, como José Evandro, apontaram a importância de ações permanentes que garantam a continuidade das atividades culturais e educativas. Demandas específicas foram apresentadas, como a realização de cursos de empreendedorismo, violão e bateria, além de apoio técnico para elaboração de projetos e acesso a editais públicos. A discussão também abordou desafios estruturais enfrentados pela comunidade, como o impacto do racismo nos processos de seleção de editais e a falta de recursos para a manutenção de iniciativas culturais existentes, como a banda “Canto Candango”. Foi evidente o desejo coletivo de maior autonomia e capacitação para lidar com essas questões.

A equipe do Comitê propôs uma série de ações para atender às demandas identificadas, incluindo oficinas de formação para escrita de projetos, capacitação técnica e desenvolvimento de portfólios culturais. A coordenadora metodológica, Rayanne Jarcem, destacou a importância de tais formações para fortalecer a autossuficiência da comunidade e ampliar o acesso a oportunidades. Além disso, parcerias estratégicas foram sugeridas como uma solução para ampliar o impacto das ações.
A atividade foi encerrada com um sentimento de compromisso mútuo entre o Comitê e a comunidade. Foi ressaltada a importância de manter o diálogo aberto e a continuidade das ações para garantir resultados efetivos. A equipe do Comitê reafirmou seu papel como facilitadora no acesso a políticas públicas culturais, comprometendo-se a acompanhar de perto os próximos passos.

Escuta Comunitária – Demandas Identificadas
Capacitação técnica (cursos de empreendedorismo, violão, bateria).
Sustentabilidade de iniciativas culturais como a banda “Canto Candango”.
Enfrentamento do racismo estrutural em editais culturais.
Diálogo com lideranças locais, como a presidente Rosana Anunciação.

Ficou acordado que o Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul dará continuidade às ações na Comunidade Quilombola São João Batista, fortalecendo o diálogo e a articulação para o desenvolvimento cultural da comunidade. Como encaminhamento, será planejado um circuito de oficinas temáticas, atendendo às demandas identificadas durante a escuta comunitária. Essas oficinas terão foco em capacitação técnica para elaboração de projetos, acesso a editais de fomento, sustentabilidade de iniciativas culturais e formação em gestão cultural, garantindo maior autonomia para a comunidade na preservação e fortalecimento de suas expressões culturais. Além disso, serão estudadas parcerias estratégicas para ampliar o impacto das ações e viabilizar soluções concretas para os desafios levantados.